terça-feira, 30 de setembro de 2008

Chegou o Outono??


Imagem: Jean Fréderic Bourdier


Chegou o Outono,
já cheira a castanha assada,
é tempo de folhas no chão,
de vento a soprar,
do frio a arrepiar,
das luzes mais quentes nas casas,
das árvores a cintilarem as cores castanhas e vermelhas,
dos frutos mais quentes,
dos rojões e do cozido à portuguesa,
de lanches na lareira,
do casaco de lã,
do cachecol que nos abraça o pescoço,
do vinho que aquece
chegou o Outono,
e então?

Vamos vestir o bikini e mergulhar na praia!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Parche che bella la Italia!



Porque realiza filmes como este, onde tudo é perfeito,fantástico, os actores maravilhosos, a história soberba e um final delirante.

Por isto e tanto mais que a Itália é belissíma.

Fiquei colada à cadeira e mais uma vez voei dentro da tela.

"Accio e Manrico são irmãos, mas defendem ideais distintos. Accio é um fascista conflituoso e Manrico um comunista carismático. Os dois estão em constante confronto nos anos 60 e 70, época de grande agitação social e cultural. A sua relação é posta ainda mais à prova quando se apaixonam ambos por Francesca."

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pessoas que não desaparecem


Imagem: F. Pinto

Soltam-se as estrelas no céu
e levam as pessoas que nos são queridas,
há pessoas que não conheço,
mas pela história que têm,
pela doçura que falam,
pelas rugas na pele,
pelos passos que deram,
o que ensinaram a quem amamos,
o mapa que delinearam,
as estradas que percorreram,
conhecemos essas pessoas pelas outras,
e a essa pessoa que não conheço,
mas pela outra que amo,
Grito que se soltou uma estrela, e mais uma caminhou para o infinito,
que essa nunca se perde,
porque deixou memória,
e esculpiu-se no tempo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Dança da chuva


Imagem: Ramez el Said

Quando um dia está de chuva,
o que se faz para ele sorrir?

A chuva passou pelos cantos das veias infiltrou-se no peito e molha tudo,
quem a dançou fui eu,
agora a chuva de fora não conta,
as nuvens que a lançam não as vejo,
sinto somente as de dentro,
as que eu criei,
as que nasceram nos passos que dei,
as nuvens de fora são secas,
a chuva que bate na vidraça é sol,
chuva é a que molha as artérias e se solta no peito como inundação.

Hoje chove,
e quem a dançou fui eu!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Locais desconhecidos


Imagem: Kéa

Tenho saudades dos locais que não conheço, que ainda não vi!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Hoi es para ti!


Hoi es para ti,
de azul, vermelho, rosa, ou branco,
hoi es para ti,
em noites de colo, de cinema, num restaurante, em viagens ou na tua casa,
hoi es para ti,
no teu carro ou no meu, nos kms de estrada, na areia da praia, num jantar em minha casa,
hoi es para ti,
numa troca de um livro, num Cd que se grava, num concerto que se salta,
hoi es para ti,
numa palavra que nunca falta, num abraço que nos aquece, numa conversa afinada a qualquer assunto,
hoi es para ti,
num farol que encontras, na poesia onde habitas, nos mangares que ofereces,
hoi es para ti,
na criteriosa escolha do café, dos vinhos, da leitura, estás tu,
hoi es para ti, todo,
porque hoi é o teu dia.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Lugares que ficam


Imagem: RG, Beja - Agosto 2008

Há um Portugal que nos atravessa e nos faz ficar com o olhar lá marcado,
as ruas estavam praticamente vazias, os cafés suspiravam o calor,
nós caminhavámos por lá devagar como o tempo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A verdadeira trama


Imagem: Stephen Houde

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...


Como Eu Quero Viver com Você
....o Verdadeiro Amor..
que Não Se Desfaz .....!


(Vinicius de Moraes)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A casa!


Imagem: Deshaver


Há uma casa que me veste, onde eu me dispo!

Tem 4 janelas,

Uma contempla a rua onde as pessoas caminham sobre as pedras, tilintam com o frio e abrigam-se nas varandas.

A outra dá para o pátio onde os pássaros me acordam e bebem a àgua que pingam dos caleiros, no fim desse pátio há uma estufa que tem luzes laranjas à noite, onde se sentem as borboletas que vão pousando, onde a gata trepa e as tenta apanhar, por cada uma que apanha, um bigode se solta, um miar se garante e um caminhar seguro e delicado rumo ao seu quarto outra vez.

A terceira dá para o céu, onde todo o tecto tem as mesmas estrelas, deito-me no chão horas, e formo as estrelas, sinto a lua tocar-me e o sol incendeia toda a casa.

A última janela são os meus olhos, que caminham pela casa e a pintam com a minha cor, a minha casa é azul de manhã, ao almoço tem as cores dos cheiro da cozinha, das saladas colhidas, dos queijos derretidos, das laranjas espremidas, à tarde é laranja reflete-se por toda a casa o calor do fim da tarde, à noite tem todas as cores é branca onde a paz se instala, é vermelha da vida que a percorre e se espalha em cada veia e artéria, é negra quando a noite vem como um manto que a fecha.

O vento abre e fecha as trancas das janelas, penetra em cada compartimento e eleva-nos a qualquer parte.

Esta é a casa que me veste onde eu me dispo!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Regresso!


Imagem: Zambujeira do Mar, Agosto 2008

Regresso de va gar com vontade de partir,
recomeço onde ainda não estou,
sento-me onde a cadeira ainda não balança nos dias que me têm,
o chegar é nostálgico, as recordações dos tempos na areia, da água que nos salga,
das conversas tardias, do pôr do sol que nunca se põe porque ele está é em nós, fazem-me passar minutos, horas em silêncio.

Percorro a casa e vejo-me a partir sempre,
partir para onde nunca estive, para um lugar que me leve para dentro dele,
gosto de regressar aos amigos, aos jantares, aos copos de vinho partillhados,
à cama no escuro,
gosto de regressar com um pé sempre de fora.

Recomeçar, e tirar partido de tudo,
comer os frutos e deliciar-me na sombra,
encontrar as ruas vestidas com gente,
acordar ao som do despertador e esperar por um sábado, para um pequeno almoço tardio,
regresso aos cds, onde a música me acompanha,
regresso à correria dos dias,
regresso à casa que me acolhe,
mas vou sempre em ti para outro lado, onde as pernas tremam e a vista não alcance o fim.

Recomeço de va gar com vontade de partir!