quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pessoas que não desaparecem


Imagem: F. Pinto

Soltam-se as estrelas no céu
e levam as pessoas que nos são queridas,
há pessoas que não conheço,
mas pela história que têm,
pela doçura que falam,
pelas rugas na pele,
pelos passos que deram,
o que ensinaram a quem amamos,
o mapa que delinearam,
as estradas que percorreram,
conhecemos essas pessoas pelas outras,
e a essa pessoa que não conheço,
mas pela outra que amo,
Grito que se soltou uma estrela, e mais uma caminhou para o infinito,
que essa nunca se perde,
porque deixou memória,
e esculpiu-se no tempo.

7 comentários:

AJO disse...

E que importante é deixar «memória»... são tão bonitas estas tuas palavras...

BJS e bom resto de semana

Anónimo disse...

Belísismas palavras!

ROSASIVENTOS disse...

[ que em nada baste
que as pa lavras se des tapem
dos seus corações em cio
e mergulhem facilissima mente
no domínio comum das bocas
seta recta a perfurar códigos de esp aço

K disse...

À todas as memórias que nos são queridas...

Beijos

P-S disse...

Não perdemos as pessoas que nos marcam, pelo menos enquanto ainda nos restar um traço de lucidez. Adorei o texto, mesmo

Claudia Sousa Dias disse...

Moi aussi...como todos os da Dalaila...

impossível não gostar.

CSd

Anónimo disse...

Dalaila, permito-me colocar aqui um poema meu, porque me comovo.

O INFINITO PRECISA DE DOIS.

"no ondular da brisa
moldam-se as curvas das dunas.

frescuras diárias.
breves afagos.
verbos soltos.

e assim escorre o relógio da vida.

o infinito precisa de dois."

in √81 = IX ? FORMULA DO AMOR E DO DESEJO

Obrigado!