quarta-feira, 30 de abril de 2008

O Pompidou



A cidade onde todas as cores se combinam;
e todos os elos nos ligam a ela!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Cidade da Luz



e a porta abriu-se, e vou ali e já venho!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Chove






















Imagem: Remez el Saïd

Chove! chove!
e quanto mais andamos pela rua mais chove,
chove nos corpos delicados, nos severos, nos quentes e nos frios,
chove forte, chove fraco, chove sempre e chove às vezes,
chove nas casas despidas de gente,
chove na varanda onde nos deliciamos muitas vezes a ver o sol,
chove com salpicos salgados do mar que se move,
chove doce quando os rios transbordam,
chove onde as margens se abrem,
chove nas cidades menos abrigadas,
chove cá e noutro lado,
chove e faz sol,
arrepiamo-nos no granizo que salta das nuvens,
aconchegamo-nos nos raios que se espreguiçam no olhar,
chove lá fora,
chove,
chove,
chove nas janelas onde faço desenhos com os dedos, e apanho as gotas que vão descendo devagar,
chove,
chove,
chove,
chove,
chove lá fora,
cá dentro está quente e sol e frio, e sol e quente e frio, e chove e frio, e sol e quente....
_____________________cá dentro mora todo o tempo.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Simplicidade






















Imagem: Paul Baranowski

Faz o que for necessário para seres feliz.
Mas não te esqueças que a felicidade é um sentimento simples, tu podes encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceberes a sua simplicidade.

(Mário Quintana)

Um beijinho à Rachel por estas palavras pelo meu aniversário!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

The National! Nem acredito!
















Eu nem acredito, mas é verdade, belisquem-me! Uma das melhores bandas da actualidade!

Os bilhetes já cá moram, por isso nem que chova canivetes eu falto.

Os The National vão actuar no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães a 18 de Julho, com o incrivel preço de 10 euros.

Eu já os vi no Festival do Sudoeste, onde o som era terrivel, e mesmo assim, saí de la extasiada e no rádio do carro continuaram a rolar até de manhã.

Na altura escrevi isto no Farol:

Mas o momento auge, para nós seria no placo secundário onde iriam actuar os The National, mas de facto as lágrimas quase me cairam, o som estava péssimo, os instrumentos não se distinguiam, o som não tinha profundidade, só feedbacks... como é possível, trocavam microfone, colocavam mais um cabo, os músicos passeavam no pequeno palco, até encontrar um local onde não fizessem sons estridentes, mas não era possível.
Matt Berninger, o vocalista, pouco sóbrio, cambaleava por entre o palco, mas a sua voz era magnânime sempre...
Mas só mesmo completamente bêbado era possivel actuar naquele espaço...!!!
Mesmo assim, eles resistiram durante uma hora, foram magnificos, brilhantes, e tão simpáticos.


terça-feira, 15 de abril de 2008

Passo de dança


























Imagem: Izabel

É preciso fazer da interrupção um caminho novo; fazer da queda, um passo de dança; do medo, uma escada; do sonho, uma ponte; da procura, um encontro.

(Fernando Pessoa)

Coloco nos meus pés os sapatos que me fazem dançar,
liberto-me e rodopio na vida como uma ventoinha pendurada no meu tecto.
Já não sou de lá!
estou no sofá azul, com as sabrinas que me vesti e que são a minha escada,
encontrei-me na almofada onde me deito e,
desenho uma ponte todos os dias com os dedos dos pés,
caio com um passo de dança no sono profundo que me faz acordar todos os dias
no arrepio da escala musical.


E como diz RG haverá algo mais poético que uns sapatos de dança debruçados nas pernas em cima do sofá!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Abro as portas





















Imagem: Daniel Gleisner

Há dias que é preciso abrir todas as portas, para RIR!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Os meus ventos do Norte


















Imagens: Viktar Senkou

E como são os ventos que me acompanham?
como se vestem,
de que cor são,
que história têm,
e batem-me porquê?
Respiram dentro do farol, e iluminam-no,
sinto-os como meus,
sinto-me deles,
quero-os a esvoaçar no tempo,
a arrepiar a pele,
quero espreguiçar-me nas cortinas que voam com ele,
a pele arrepiada do frio,
o tilintar do corpo a agasalhar-se,
um beijo que aquece, um abraço ao vento da mão quente do corpo que me tem,
vou desenhar-me no vento e quero-o e sinto-o e vejo-o e beijo-o e inspiro-o,
são a casa onde moro.


Bóreas ou Boreas, na mitologia grega era um dos Titãs que representavam os ventos - sendo este o bravio vento norte (irmão de Notos e Zéfiro)

E os ventos que sopram do Norte e me mexem?
Setentrião;
Tramontana;
Nortada.


e quando se inspira por uma lufada de ar fresco!

Brisa - nome que os pescadores do bacalhau davam ao vento fresco.
Mareiro - vento que sopra do mar para terra.
Mata-vacas - nome que nos Açores dão ao vento Nordeste.
Mistral - vento seco e frio dos quadrantes do Norte que sopra no Sul de França.

e aquele que nos transporta? Que nos arrepia? Como aparece?

Rabanada - Rajada ou Pé de Vento
Rafa - Rajada de Vento.

É nestes ventos que me encontro!

a ti RG um beijo com rajada, pelo envio dos meus ventos.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O mundo num farol





























Imagens: Veronika Petrova


O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.


(Carlos Drummond de Andrade in “Amar se Aprende Amando”)

Neste mundo cabe todo o meu imaginário!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O meu amor

























Imagem: Dorota Werblewska


O meu amor não cabe num poema ― há coisas assim,
que não se rendem à geometria deste mundo;
são como corpos desencontrados da sua arquitectura
os quartos que os gestos não preenchem.

O meu amor é maior que as palavras; e daí inútil
a agitação dos dedos na intimidade do texto ―
a página não ilustra o zelo do farol que agasalha as baías
nem a candura a mão que protege a chama que estremece.

O meu amor não se deixa dizer ― é um formigueiro
que acode aos lábios com a urgência de um beijo
ou a matéria efervescente os segredos; a combustão
laboriosa que evoca, à flor da pele, vestígios
de uma explosão exemplar: a cratera que um corpo,
ao levantar-se, deixa para sempre na vizinhança de outro corpo.

O meu amor anda por dentro do silêncio a formular loucuras
com a nudez do teu nome ― é um fantasma que estrebucha
no dédalo das veias e sangra quando o encerram em metáforas.
Um verso que o vestisse definharia sob a roupa
como o esqueleto de uma palavra morta. nenhum poema
podia ser o chão a sua casa.


(Maria do Rosário Pedreira)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O Farol nos Editors



















Hoje todos os caminhos vão dar ao Coliseu, a banda britânica Editors vai actuar hoje pelas 21.30h no Porto.

É tão bom quando o Porto recebe bons concertos, dado que a capital normalmente fica com todos.

A banda britânica continua a apresentar o mais recente registo "An End Has a Start".

Eu, que já tive oportunidade de os ver ao vivo no pavilhão do Restelo em Novembro, onde Tom Smith saltava da guitarra para o piano, e brindava-nos com sons que ecoavam nas paredes, bombardeava-nos com um força, com um querer, com vontade, tão dele, tão para nós, que a pele emocionava-se em cada som.

O som é que era muito muito mau, mas no Coliseu, esse problema não vamos ter, dado que a sala tem uma acústica fabulosa.

E irei de peito aberto, onde o corpo vai vibrar a cada acorde.


Vale a pena conhecer ou rever aqui: http://www.youtube.com/watch?v=NMKEHQqREMo
Logo lá estarei com a minha t-shirt!

















Eu, a Cris, o FL, o L, e a Di, logo lá estaremos na primeira fila do balcão!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Farol num sorriso


Imagem: Davy Jourget


para sempre marcado na face... rugas,

neste farol cabem todos os sorrisos

terça-feira, 1 de abril de 2008

Frutos

Imagens: Paul Baranowski


quando estás de joelhos
que és toda bicho da Terra
toda fulgente de pêlos
toda brotada de trevas
toda pesada nos beiços
de um barro que nunca seca
nem no cântico dos seios
nem no soluço das pernas
toda raízes nos dedos
nas unhas toda silvestre
nos olhos toda nascente
no ventre toda floresta
em tudo toda segredo
se de joelhos me entregas
sempre que estás de joelhos
todos os frutos da Terra.


(David Mourão Ferreira)


Frutos que se colhem pela Floresta, em qualquer época!