Imagem: Remez el SaïdChove! chove!
e quanto mais andamos pela rua mais chove,
chove nos corpos delicados, nos severos, nos quentes e nos frios,
chove forte, chove fraco, chove sempre e chove às vezes,
chove nas casas despidas de gente,
chove na varanda onde nos deliciamos muitas vezes a ver o sol,
chove com salpicos salgados do mar que se move,
chove doce quando os rios transbordam,
chove onde as margens se abrem,
chove nas cidades menos abrigadas,
chove cá e noutro lado,
chove e faz sol,
arrepiamo-nos no granizo que salta das nuvens,
aconchegamo-nos nos raios que se espreguiçam no olhar,
chove lá fora,
chove,
chove,
chove nas janelas onde faço desenhos com os dedos, e apanho as gotas que vão descendo devagar,
chove,
chove,
chove,
chove,
chove lá fora,
cá dentro está quente e sol e frio, e sol e quente e frio, e chove e frio, e sol e quente....
_____________________cá dentro mora todo o tempo.