terça-feira, 30 de junho de 2009

Sem abrigo com abrigo!



Sinto-me uma sem abrigo com abrigo,
vendi a casa e ainda não tenho a nova.

Ando de malas e bagagens, voltei uns tempos à casa dos pais, onde os mimos não faltam. Voltei, ao meu quarto que se mantém intacto desde que de lá saí há 12 anos, está tudo igual, o interior das gavetas, as fotografias nas paredes, até a minha lata com as cartas da adolescência lá está, é uma sensação engraçada, é um "revival".

Mas meus amigos, já sabem quando eu aparecer em vossa casa para jantar, de mochila e, não sair do sofá e, for ficando ficando, é porque não vou arredar pé de lá nessa noite, por isso cuidado com os convites!!!!! Ou então mudo-me de vez para uma caravana e acampo à porta de todos!

Um verdadeiro campismo citadino.... não sei se não vou optar por esta solução, posso mudar de sítio sempre que queira, à beira mar, na montanha, em plenos campos elísios, ou no Toural.

terça-feira, 23 de junho de 2009

É Noite de S. João!

~
Imagem: Romão

É hoje,
é logo,
amanhã,
pela noite até ao dia!

Os martelos soltam-se de cabeça em cabeça,
de todas as cores e feitios,
grandes,
pequenos,
com sinos,
amarelos,
vermelhos,
laranjas,
azuis e brancos,
caminha-se pela ruas estreitas,
com cheiro a gente, a vida, a alegria,
com música que sai das paredes,
com emoções desde as caras mais enrugadas,
às mais tenras.

As luzes, as cores, os mangericos,
estão nas varandas, nas janelas,
cumprimentam-nos, acenam-nos
com o verde, com o cheiro, com palavras,
com gente, com povo, com PORTO.

É o Porto,
mais vivo, mais verdadeiro,
é o porto com luz,
pela noite,
com ar quente,
as luzes caminham nas estrelas,
seguem-se no vento,
unem-se no rio,
até que o fogo não apague.

São milhares de balões cintilantes,
que claream a noite escura,
que dão voz às pessoas,
que se unem no chão...

É a noite mais longa do ano...
noite de paixão,
noite de sardinha,
de vinho,
de brindes,
de bailaricos em Miragaia, Fontainhas...
de amigos,
de verdades!

Que seja uma noite com fogo para todos!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Começou o Verão!


Imagem: jeanette Hägglund

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.


(William Shaskespeare)

domingo, 21 de junho de 2009

A derreter!



Eu sou uma mulher de inverno,
nasci lá,
viajo sempre para lá,
para a neve, casacos, arrepios e uma bebida quente num local aquecido....

Isto é demais.... alguém feche as persianas ao sol por um bocado,
estou a derreter,
não por ser ser uma mulher do inverno, mas porque é demais, mesmo...
na rua não se aguenta,
dentro de casa, também não,
as piscinas parecem caldo,
e ao maravilhoso mar das praias do norte, aquele geladinho, não vou poder ir porque estou nas mudanças,
por isso só me resta derreter nesta terra, onde nada me arrefece...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ando como segundas feiras há semanas!


Vou ficar maluca!

Mudar de casa,
trocar de casa,
comprar casa,
ir ao banco,
conservatórias,
licenças,
IMI,
tudo trocado,
tudo mal,
avaliações,
obras,
mudanças,
empresas de mudanças,
empilhar coisas,
ir outra vez ao banco,
tratar de orçamentos de obras,
acho que vou precisar de engordar para ter mais espaço para colar todos os post-it do que ainda me falta tratar.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Mudanças e mais mudanças!




Ando no "empacotanço" é mesmo isso que me sinto uma tansa a empacotar... é terrível!

Desejava mexer o meu nariz e que tudo estivesse no sítio, isso sim era uma maravilha!

Pôr tudo no sítio devagar, até vai ter alguma piada... agora arrumar tudo... não, definitivamente não, as coisas nascem do chão, das paredes, crescem todos os dias...

Já pensaram a quantidade de coisas que guardamos sem interesse, sem nunca lhe tocarmos outra vez, mas que por um instante não foi para o lixo, e vá-se lá saber porquê!

E o pior de tudo é sentir a casa a despir-se, a tornar-se desconfortável... a desaparecermos nas coisas que empacotamos e só quando elas respirarem outra vez é que temos novamente ar fresco!

Esqueçam tudo o que já provaram


Esqueçam tudo o que já provaram e comeram!

Esqueçam porque eu ontem também esqueci e, não quero mais recordar, para poder ficar com aquele sabor até haver mais uma outra feita pelas mesmas mãos, acompanhadas pelos mesmos copos - já com vinho se possível, a partilhar as mesmas conversas, onde naquele lugar nada muda, excepto os cozinhados que são sempre uma delícia, sempre tão diferentes e sempre tão iguais no amor com que são feitos.

É isso! A cozinha é amor, é a quantidade certa em cada toque, é o olhar enquanto o lume esquenta, é o não ter que provar para dizer que está bom, porque todo o ritual já valeu, já disse tudo e já nos alimentou.

Bem, mas sejamos sinceros, alimentar, alimentar foi aquela Lasanha maravilhosa, onde todas que já tinha comido, inclusivé numa casa italiana - feita por italianas à moda antiga como diziam elas - não se compara à que comi ontem na sala dela.

Eu só vi metade.... a carne já estava na panela ao lume e eu sentada naquele banco onde uma estrela amarela cai do céu, ia admirando os gestos - quase dançavéis, como ela ia preparando tudo o resto, o molho bechamel feito à mão, com margarina e leite, já ninguém o faz - compra-se, a massa fresca, os 15 minutos no forno e voilá, a melhor lasanha que alguma vez provei ou senti sequer imaginar.... isto tudo entre uma conversa e gargalhadas pelo meio, onde nem a música dos Rádio Macau faltou.

Só tenho pena de hoje não almoçar perto dela, para poder dizer-lhe, deixa-me rapar a travessa!

Nota - a foto esqueçam, tentei encontrar uma parecida, mas não há de facto!

terça-feira, 16 de junho de 2009

I want to believe!









I want to believe foi a exposição que vi nestas mini-férias no Museu Guggenheim em Bilbao.

Quando a arte se expressa desta forma, não há palavras que combinem...
só há sentimentos de ainda bem que estamos vivos,
e que há pessoas como esta que nos transportam para outra dimensão!

Crítico político das coisas mundanas, que faz com que o nosso imaginário se reflicta nos céus, foi assim que saí dali....

Vale a pena saber mais de Cai Guo-Quiang aqui.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Primeira crónica de EUSKADI


Pintxos


Txakoli

Mais uma vez, fui até ali,
e é como quem diz,
é quase sempre como a primeira vez....
há sempre um sítio novo a percorrer,
uma cidade a palpitar,
uma gente a vibrar,
uma bebida nova a acompanhar o "Txakoli",
e os maravilhosos Pintxos como só ali....

nestes dias vou falar de Euskal Herria - País Basco - que de facto não é Espanha....

Acabo hoje por dizer, eu vivia ali todos os dias.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Para eles!

quero os amigos que tenho na cabeça
os que tenho em mente_________nunca conhecer pessoalmente
e não vão ter defeitos_________os meus amigos de nunca mais
os meus amigos são Simão que vende seguros e por isso usa óculos só para os poder partir
são Jaime que tem um snack bar que dá prejuízo
são Abu que é indiano e que está na minha cabeça só para provar que sou _________ multicultural_________e tirando isso o Abu cala-se
______________________________________[o Abu canha-se

e são eles aqueles que eu gostava de levar para a cova para os apresentar à Nossa Senhora
e são eles aqueles com quem jogo cartas sem me preocupar com a morada certa
e desabafo com eles como quem tem falta de ar
e converso com eles nos intervalos das discussões
que o resto do tempo fica para discutir quem é mais meu amigo
amigo meu mais
meu mais amigo
e fazem concursos para ver quem me lava melhor os pés
quem me coça melhor as costas
quem me dá o abraço mais apertado e sexual sem chegar ao ponto do desconforto de ter vontade de o beijar

e tenho tantas saudades deles
inventei as saudades que lhes tinha e pedi que chorassem muito
e eles choraram o dobro de muito_________que é para cima de um lago onde vamos nadar os quatro
o choro deles_________quando se juntam_________é do tamanho da água de [que precisa o veleiro de onde partimos à aventura
e_________ao partir a aventura_________dividi-a pelos três
e agora estão ciumentos porque não dá conta certa
e disputam a amizade como um jovem lobo que aprende a caçar
e eu dou-me todo por não ter a quem mais dar
e converso-lhes as palavras todas porque eles não existem
e digo-me os elogios todos porque eles não me podem ver
e canto-me as canções mais doces porque voz não sabeis
não sabes
não estás cá
não estão cá
antes estivessem
se cá estivessem era melhor
não estando tenho de me contentar com os homens e mulheres que estão ao meu lado e que eu não inventei
e cada vez tenho mais saudades deles procuro alguém parecido mas não encontro
e quando encontro não gosto porque me apaixono pelas pessoas que são o contrário do que a minha imaginação prefere
e o Jaime_________o Simão e o Abu levaram a mal e foram passar férias para a cabeça de outra pessoa e nem um recado
[deixaram
e se calhar não voltam
e se calhar não quero
e a cabeça já não tem inquilinos
e os que há estão à minha volta
mesmo à minha volta
mesmo de verdade
com caras que não me são familiares e personalidades defeituosas que eu julgo como quem beija
a cabeça levo-a leve_________mas o coração bate mais forte
mais pesado
pudera _________tem gente lá dentro

(João Negreiros in luto lento, amigos de longo data do dia que não acaba)

Quero dedicar este poema belíssimo do João Negreiros, ao meu grande amigo Ricardo A. e ao meu mais que tudo Ricardo G., eles vão perceber porquê!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Aquecimento Global



Enquanto preparava uma apresentação para amanhã, Dia Mundial do Ambiente, sobre o aquecimento global, encontrei que afinal o aquecimento tem uma vantagem!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Espaço do tempo!


Imagem: ?

Sê paciente, espera que a palavra amadureça e se desprenda como um fruto ao passar o vento que o mereça.

(Eugénio de Andrade)