segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Não há pachorra, ai não, não!



Imagem 1: Haverá Sangue de Paul Thomas Anderson
Imagem2: Os amores de Astrea e Celadon de Eric Rohmer

Ontem dediquei-me ao cinema e aos filmes, mas devia era ter ficado a dormir, se calhar via coisas melhores.

Iniciei pelo "Haverá Sangue", com um dos meus actores favoritos Daniel Day Lewis, e de facto quase que houve sangue lá em casa, de aborrecimento, de seca, de olhar para o ecrã e admirar que todas as personagens do filme eram horriveis, não havia uma que escapasse, até o míudo que fica surdo, nem esse, me suscitou qualquer carinho.
O Daniel Day Lewis é de facto um actor único, interpreta fantasticamente o papel, mesmo quando não gosto.
Um filme capitalista, onde os presumiveis capitalistas eram de facto os mais agradavéis, porque desde o Padre que pregava a expulsão do diabo e se tornou o próprio diabo, ao irmão que não era irmão, ao pai que não era pai, ao filho que afinal era orfão, eram de facto personagens insuportavéis, mais capitalistas que os capitalistas.

Mas, depois de uma horas sempre à espera que algo de facto se alterasse em mim, o que não aconteceu, dirigi-me ao Cineclube de Guimarães, que normalmente passa os filmes que eu adoro, mas ontem de facto o bom mesmo, era ter ficado no sofá.

Fui ver o "Os Amores de Astrea e de Celadon", adoptado de uma história de amor barroca extraída do romance de Honoré d'Urgé (1568-1625), que de facto me fez rir, e me fez sair ao intervalo, o que retenho do pouco que vi, é que fora ser muito muito mal interpretado, a história resume-se a um pastor que de rastos pela sua amada não acreditar nele, diz:

- vou-me atirar ao rio!

e de facto atirou-se, tendo sido encontrado por uma ninfa dona de um castelo, que se apaixona por ele e não o liberta, a resposta dele, foi:

- vou-me atirar novamente ao rio!

de facto não sei quantas mais vezes ele se atirou ao rio, porque saí no intervalo.

E só posso dizer, não há pachorra mesmo, ai não há não!

3 comentários:

Luísa disse...

Dá por tempo investido, nem que seja na repugnãncia pelo horrivel!
É sempre uma alternativa para não dar como tempo perdido!
Beijinho.

Anónimo disse...

quantas vezes isso não é verdade!

no entanto, nada como um erro para se conhecer mais alguma coisa.

e depois, todo o passo é um salto no desconhecido e no imenso das possibilidades.

a minha receita?
rever, volta e meia, K-PAX.
nunca é tempo perdido

K disse...

Obrigado pela dica! Estou mesmo a ver que são filmes que não vou ver!