segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O tempo no relógio que para e não para!


Imagem: Avela

Há alturas em que gostava de brincar com o relógio e, pará-lo,
bloqueá-lo onde me apetecesse, para que o tempo parasse comigo,
todos os ponteiros teriam a mesma hora, a minha, a que eu quisesse,
o tempo que não andasse, mas que me fizesse mover dentro dos ponteiros,
aí sim, teria tempo para escrever,
para ouvir,
para criar,
para
para
para
para........................................ parar!

Mas o tempo anda e dispara e muitas vezes, corro corro e não o apanho,
ou porque durmo demais e não vejo o dia a não ser na almofada,
ou porque não durmo, e fico a encostar-me à rua onde vagueio e adormeço nela,
ou porque o tempo é pequeno para tudo aquilo que cabe em mim.

Se os ponteiros parassem eu só quereria que eles andassem outra vez, e voassem, e me levassem com eles no tempo,
este que nos resta todos os dias,
todos os dias temos que o agarrar para sorrir,
para partilhar,
para que ele pare no nosso peito, e fiquemos horas a contemplar o momento que temos,
ali, lá, aqui, sempre, hoje,
e não o percamos nos outros momentos.

6 comentários:

lupuscanissignatus disse...

a cor dar

o

tempo



(a tempo
e horas!)

Claudia Sousa Dias disse...

também eu...!

CSd

Anónimo disse...

Eterno movimento?
Ou eterna insatisfação do Homem e que assim faz avançar o mundo?

Luísa disse...

O tempo...
que bom é ter tempo para sentir o tempo passar! Deixa os ponteiros rodarem pois tu farás sempre desse tempo um conjunto de momentos fantásticos dignos de marcar o TEMPO!

SILÊNCIO CULPADO disse...

Dalaila

O tempo é o maior enigma do homem e o único adversário que é absolutamente invencível.E não se deixa comprar nem se pode dar. Perante tão irredutível adversário só nos resta acompanhá-lo com sabedoria para que os momentos que o compõem sejam tão intensamente vividos que compensem a fugacidade com que ocorrem.
Lindo texto o teu, Dalaila. Forte e sensível como eu gosto.

Ad astra disse...

assim mesmo...


beijo