quarta-feira, 1 de abril de 2009

No sonhar....




Imagens: Lilya Cornelli

Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos, é sonhar mais.

(Marcel Proust)

terça-feira, 31 de março de 2009

A melhor profissão!


Imagem: Sara Ochippinti

Entre emails sobre viagens, possibilidades, tempo para, locais, em trabalho ou de lazer, lembrei-me:

Qual será a melhor profissão?

Eu cá diria que adoro a minha, mas acho que passei ao lado de outra grande carreira, que era ser turista, de mochila sempre nas costas, a conhecer tudo e a virar os locais do avesso.
A permanecer de 1 dia a 3 meses ou até um ano ou 10, a tornar-me dele e a deixá-lo em busca de outros...
era de facto uma grande profissão, para mim, nas férias voltava a casa....

Mas, sim qual será a melhor profissão?

segunda-feira, 30 de março de 2009

Domingos!




Ontem foi noite de cinema, mas não foi como as outras, foi especial!

Recebo um telefonema de Tarde, que só me diz: O Leitor? ou o Gran Torino?
Resposta minha, o Leitor, então entre trocas de sms, combinamos às 22.00h no Teatro do Campo Alegre.
Teatro do Campo ALegre?
Nem sabia que tinha sala de cinema....
Ninguém pelas ruas, na bilheteira, só uma senhora perguntava: Cartão jovem, de estudante, ou algum com desconto?
Resposta do RG cartão de mais 85, serve?
Entre sorrisos lá pagamos o bilhete normal.... e entramos na pequena sala de cinema onde as cadeiras sobravam e sobravam.

Eu no meio dos meus amigos, era uma noite de gajos... eu gosto de noite de gajos, não teve foi copos, mas teve conversa, risos e abraços... e lá estava eu com o meu RG, com o meu mano RA e com o JNC, uma felizarda, digo a todos, porque uma noite com eles não importa aonde vamos, o que vamos fazer ou ver, vale apenas por estarmos ali os quatro.

O Filme, não me interessava para o caso, porque já estava radiante e satisfeita, mas a tela abriu-se e espantou-me o coração, o corpo, a alma... um filme com um argumento brutal, forte, com enredo, com tudo.....

Assim, é uma noite de Domingo!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Regressar sem partir


Imagem: Aerdna

Também se pode regressar
sem partir. Não são apenas
os relógios que se atrasam, às vezes é
o próprio tempo. E todos
os cuidados são
então necessários. Há sempre
um comboio que rola
a nosso lado sem luzes
e sem freios. E pode
faltar-nos o estribo ou já
não haver lugar
na carruagem da frente.


(Albano Martins)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Dolce far niente!



Aqui está um tipo de férias, que de facto jamais me apaixonou, nem alguma vez me apeteceu.
Gosto mesmo é de sentir os sítios, inebriar-me nas ruas, descobri-las, misturar-me nelas, percorrer as calçadas, sentir o alcatrão, viver o dia-a-dia das pessoas....
libertar a mente e cansar a perna...

Mas nunca nunca tive tanta necessidade do verdadeiro e como só os Italianos sabem traduzir
"Dolce fare niente".

Espero durante este ano ainda o conseguir..... e aí sim!!!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Vicios



Ando louca com este CD!

Grand National: "A Drink & A Quick Decision" (Sunday Best/ST2) 2008

sábado, 21 de março de 2009

Carta a uma menina que queria ser poeta


Imagem: Amartis

Quando quiseres fazer um poema
não procures imitar ninguém
nenhum autor
cujas obras tenhas conhecido
ou mesmo
qualquer cantiga popular
cujo autor desconheças

Não.
Não faças isso.

Quando quiseres fazer um poema
a única coisa que precisas
é sentir essa vontade e depois
- só depois-
decidires-te

Um poema pode ter muitas formas:
pode ser feito com palavras
muito bonitas
ou muito engraçadas
muito bem escritas e alinhadas
numa linda folha de papel
mas também pode ser rabiscado
ou com figuras.

Pode ser a preto e branco
ou a cores
pode ser a tinta
a lápis
a esferográfica
a ponta de feltro
sobre papel
plástico
lousa
pedras
sei lá
até pode ser de areia
de pano
de folhas
pode ser só feito com a voz
falado
cantado
murmurado
dito
só dentro da cabeça da gente
ou então representado em palco
com gestos
caretas várias
aos saltos
cambalhotas
ou imovelmente.

Um poema pode ser tudo isso
pode ter essas formas todas
porque a poesia está
onde a soubermos encontrar
_____________ ou colocar

A poesia é uma coisa que está
____________ ou tem que estar
dentro de nós
e que nós
por isso
podemos projectar em tudo

A poesia não é só uma arte
é um princípio
quer dizer
uma lei da nossa sensibilidade.
O que a poesia exige de nós
é só uma coisa:
liberdade
porque a liberdade
é a lei mais importante da criação
_ a lei mais importante da felicidade.

A poesia é um acto livre
tem de ser um acto livre.
Mas também é um jogo
um conjunto de regras
que a nós próprios impomos
para com elas praticarmos
um acto que nos torna felizes
________________ livres.

Todas as formas de arte
nascem dessa liberdade
dessa iniciativa
que nos leva a criar
coisas
casas
livros
palavras.

A poesia é para sermos felizes
e comunicarmos
essa felicidade.
Quando a poesia
trata de assuntos tristes
está a queixar-se
da falta de alegria
dos momentos infelizes do mundo
que não deixam criar
realidades belas
novas
generosas.

No entanto
quando um poeta cria
um poema
um objecto
uma coisa qualquer
nesse momento exacto
não pensa em nada disso
vive simplesmente um impulso
a que ele se entrega
e depois entrega ao mundo.

Por isso
se tudo o que te apetece
é simplesmente
deitares-te no chão
e olhar o céu
podes crer
também isso é poesia
e basta.

(Ana Hatherly in itenerários)

Querido RG obrigada por este livro, por esta carta nele inscrita, simplesmente belo.

Hoje não é um dia qualquer é o Dia Mundial da Poesia.....por isso desejo a todos a vida num poema.

quinta-feira, 19 de março de 2009

E se fosse uma história!


Imagem: Katarina Sokolova

Vou-te contar uma história
sim uma história!
de verdade,
de tocar,
uma história que exista,
uma história com figurantes, figurinos, fantasias,
aquelas histórias que têm personagens e pessoas,
uma história que tenha vida e viva,
e viva porque é uma história,
porque estaria morta se fosse realidade,
uma história, onde todos são marionetas,
marionetas do circo de Praga,
uma história onde cabemos todos,
onde cabem todas as outras histórias que não nos lembramos,
que não existem,
que ainda não foram imaginadas,
que ainda não aconteceram, que ainda não passaram da caneta que está sem tinta,
e sem tinta não há história...
e sem história não há cor - e pintava-te todos os dias na minha tela ao acordar,
e como acordava os sonhos lá iam, e continuava a história onde os sonhos sonhavam entrar.

Esta história sem história onde a introdução ainda não começou, onde a caneta acabou onde as teclas já se sentem apagadas, onde a conclusão palpita.... esta história
esta história é viva!

Tu és todos os dias!



Por todas as viagens que fazemos,
por todos os sítios que me levaste pela mão a conhecer,
por eu ser como sou,
por descobrires sempre a luz em qualquer passo,
por nunca desistires,
por saberes reagir, às vezes....hehehe!
por todos os traços de tinta que marcas nas telas na vida,
por tudo, por sempre, por mim e principalmente por ti,
todos os dias são teus, são nossos!

obrigada!

terça-feira, 17 de março de 2009

Imperdível!



Jantar de Palermas um filme francês de 1998 que é precioso e imperdível!
Este fim de semana, ofereceram-me este filme, que eu não conhecia. E é sem dúvida um dos melhores filmes cómicos que já vi, sendo o humor conseguido através das situações mas fundamentalmente pelos diálogos.

Todas as semanas, Pierre organiza com os seus amigos, o que ele chama 'jantar de palermas'. Todos levam, como acompanhante, alguém que achem verdadeiramente imbecil e ridículo.
O jogo consiste em deixar os imbecis falar e exprimir as suas ideias, paixões, para que o grupo que convida se possa deliciar com um jantar de gozo.

Pierre Brochant está com um problema em arranjar um palerma que o acompanhe para este jantar, até que lhe vem parar às mãos François Pignon, um fiscal das Finanças, mestre em construções com fósforos nas horas vagas.
E François não é um palerma qualquer, é um verdadeiro campeão!

Só que desta vez, tudo muda e tudo se altera, até que não muda nem altera nada.... uma história simples, um grande enredo...

A NÃO PERDER e mais não conto....

segunda-feira, 16 de março de 2009

Ele sabe umas coisas!



"O FC Porto estava noutra estratosfera, as equipas não estavam ao mesmo nível. E, por isso, para mim é um milagre, depois de muito trabalho, estarmos a dois pontos e, pelo menos, com a hipótese sermos campeões nacionais."

(Quique Flores entrevista ao Jogo em 15-03-09)

Eu já gostava dele, mas depois destas afirmações, só me faz acreditar que é um treinador com visão, e que sabe distinguir o trigo do joio... e que de facto nós respiramos outro ar de verdade.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Escolha?!

Dança no mar


Imagem. Barbara Cole

O mar azul e branco e as luzidias
Pedras:
O arfado espaço
Onde o que está lavado se relava
Para o rito do espanto e do começo
Onde sou a mim mesma devolvida

Em sal espuma e concha regressada
À praia inicial da minha vida


(Sophia de Mello Breyner Andresen)

terça-feira, 10 de março de 2009

Gosto tanto!





A tarde de ontem teve tudo, uma tarde de férias, um passeio, muitos olhares, as mãos abraçadas, a vontade de ir até onde o mar nos levasse.

Fins de tarde na Foz,
onde o mar descansa,
onde a praia o abraça,
o sol esse não faltou,
a neblina estava bem lá no horizonte,
os talheres sobre a mesa,
os barcos viam-se ao longe à espera da sua vez para entrar no porto,
a conversa estava silenciosa porque o panorama assim o pedia.

Ainda dizem que não há qualidade de vida, felizes os que têm uma paisagem destas para se deitarem.

Gosto tanto, gosto muito, e combina comigo, estes lanches ao fim da tarde na Foz, onde o céu desce até nós.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Rosa Alice Branco


Imagem: Jean Frédéric Bourdier

Há dias em que só uma árvore
esconde a floresta, uma gota
esconde todo o mar. Dias míopes
agarrados ao meu corpo. E se dissesse
que não é meu este corpo, nem a voz
que ouves ao telefone. Ainda assim estou
sempre a partir para mais perto, tão perto
que um grão de areia é apenas um e sei
que deve existir uma praia para lá
do olhar. Avanço e recuo mas os meus passos
parecem de alguém que por ali passou.
E há sempre uma árvore, um ramo,
uma folha opaca maior do que os olhos
com que te vejo se pudesse ver-te.


Dias em que a floresta esconde as suas árvores
e a tua mão torna invisível cada um dos dedos:
o inidicador do infinito, o impreciso lugar
onde me alojo entre o polegar e o médio,
o segundo em que começo a respirar.
Nunca estou no minuto de uma hora,
num poro do meu corpo, no todo que acaricia
as suas partes como o vento acaricia o ar.

Há dias em que entras nos meus dias.
E soletro cada gota quando me desfaço
em espuma e não distingo o branco
do branco do lençol. É uma ignorância
que salva e sinto tudo o que vejo
como se o visse dos meus ou dos teus olhos.
Ou de alguém que não passou por mim
e talvez nem passe. Por isso não pergunto
onde estou ou onde estão as coisas.
As gaivotas caminham apressadas.
Os candeeiros acendem para a noite.
Fechamos os olhos para nos perdermos.


(Trompe l'oeil - Rosa Alice Branco)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Existe sim!







Sempre disse que o Pai Natal existe,
sempre o decorei com todas as minhas cores,
sempre achei que a casa dele era no centro da terra,
sempre lhe escrevi com o pensamento para que ele não perdesse as renas,
sempre o imaginei,
sorridente,
carinhoso,
simpático,
grande,
vermelho,
pai de todas as crianças e adultos que acreditam,
sempre o desejei conhecer,

e et voilá.

Nesta viagem fiquei a saber que o Pai Natal vive no centro da Terra, no circulo Polar Ártico, onde ele comanda o tempo através das suas roldanas, ou mais depressa se tiver muito tempo para entregar as prendas, ou mais devagar se o tempo estiver a escassear...

Por isso quando sentirmos que o nosso tempo não passa, ou que ele corre, não é sensação nossa... é o Pai Natal que precisa de acelerar ou desacelerar o mundo....

E, assim foi, o Pai Natal abriu-me a porta de todo o meu imaginário!

A "Elf", uma das ajudantes do Pai Natal, contou-nos todas as histórias da terra da Lapónia, levou-nos aos saltos a´pé juntos, como uma verdadeira duende, até bem perto da sua casa, onde nos esperavam outras Elfs que nos preparavam um delicioso menu, como entrada tinhamos o Pai Natal a abraçar-nos!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Onde o trabalho me leva!



Há dias de sorte!

Precisamente há um mês, fui convidada para uma acção de formação na Filândia, logo isso me inspirou:
Frio, um país que não conheço, uma viagem, outros rumos, é claro que em trabalho, não é de facto a mesma coisa, mas uma viagem é sempre uma viagem.

Quando de repente no meio da plano da acção de formação vi, que vamos visitar a Aldeia do Pai Natal, aí sim de facto o meu coração explodiu, é um sonho de criança, tocar nas barbas daquela personagem simpática dos contos, das histórias, dos sonhos, das bolinhas de neve.
Ver as renas encantadas, sentir a neve debaixo dos pés.

Assim, a partir de doming.o lá vou eu a caminho das renas para uma cidade chamada Rovanieni, quase quase no Polo Norte

De facto o Natal é quando a gente quiser!

Por isso quem quiser entregar uma carta ao pai natal eu levo no coração!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Faróis de Portugal



http://aeiou.expresso.pt/farois_de_portugal=f499027

Os faróis de Portugal, esses que me seguem, esses que me dão luz,
esses que me enviaste com a tua luz.

Obrigada Ricardo!

Faróis que iluminam os barcos e os corações nas noites longas,
Faróis que vivem quando outros dormem!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Irrita-me!



Há alturas, e de facto esta é uma delas....
que não tenho tempo de ter tempo...

Não leio,
Não ouço música,
não escrevo,
não vou dançar,
não consigo marcar um jantar, daqueles sem horas,
não vou beber um copo, que não sinta que tenho que ir para casa,
não vou ao teatro,
não vou a concertos,
não vou a encontros de poesias,
não corro, nem ando de bicicleta,
piscina nem vê-la,
não há tempo para conversas tardias,
nem matinais,
sinto-me presa a um colector solar, ou a um isolamento nas habitações...

Não vou, não faço, adio e adio!

E tudo isto, porque um dia todos os edifcios serão verdes.... e um curso de eficiência energética, está a tirar-me toda a energia....

Estudo tanto sobre eficiência que me sinto insustentável nas minhas energias.

Tenho saudades de tudo o que não tenho feito, mas de facto há alturas em que as prioridades têm que ser outras....

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

João Negreiros - premiado!

A escrita do João, sente-se por dentro, não nos deixa indiferente, tem vida! Eu não tinha qualquer dúvida que os prémios acabariam por acontecer!

Poeta Português galardoado em São Paulo o com o Prémio Professora Therezinha Dutra Megale pelo poema "os olhos".

João Negreiros foi também premiado por um conjunto de seis poemas, no Prémio Irene Lisboa.

O poeta e actor João Negreiros tem já dois livros de poesia: o cheiro da sombra das flores (2007) e luto lento (2008), ambos editados pela Papiro Editora.
Os olhos

Se um gesto me definisse seria o de te afastar o cabelo para te ver melhor o rosto que me
[enche de bravura
e só te vejo pelos meus olhos por serem os que te vêem mais bela
por isso os escolho sempre
tenho os olhos feitos à medida da tua cara
e só tenho olhos para ti
quando não estás sou invisível e quase invisual
a visão não me serve de nada
vejo mas sem cor e é pior que a preto e branco
é desfocado
é esbatido
e sem chama
e sem cheiro
contigo cheira bem
sabe bem
ouve bem o que digo porque é sincero porque se não fosse todo eu era falso
cada falso que há aí merecia cadeia ou morte
mas com os teus braços finos a fazer as vezes da corda que me serpenteia o pescoço
[para me matar de felicidade
e só te quero a ti
e só te vejo a ti como a última noite do Verão mais quente
com o céu mais estrelado
com a lua mais cúmplice
com os gestos mais carinhosos
e tiro-te o cabelo da frente com a ajuda da minha mão direita que só existe para isso
e vou para te beijar mas não o faço
hesito porque os meus olhos pediram-me que os deixasse olhar para ti mais uma vez
e eu deixo para eles não chorarem muito


João Negreiros in “a verdade dói e pode estar errada”

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Voltar ao mini ou entrar no mito!




Não sei se volto ao meu mini, ou se entro no mito!

Não sei mesmo!

É verdade que eu gosto muito de carros, da estética à motorização, dos cavalos aos interiores, gosto de comprar revistas, os modelos italianos para mim são os mais bonitos, tirando apenas o Aston Martin, os alemães para mim são os mais sérios e robustos.

Voltar ao mini, é voltar ao meu mito, entrar num mito e dizer adeus ao mini.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Não posso adiar


Imagem: Levi Wedel

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

(António Ramos Rosa)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Estou chateadissima!!!!



O meu pai enganou-se, disse que duravas só até ao Natal....

A cereja no topo do bolo!




E lá estava eu a pregada à tela a ver mais uma obra prima com Moretti, Caos Calmo, quando de repente, num banco do jardim salta o som do meu Rufus Wainwright, com a minha música preferida Cigarettes and Chocolate Milk, e logo de seguida entre lágrimas a pintar a tela sai a maravilhosa música dos Radiohead Pyramid Song.

No fim sai uma voz rouca Italiana, que me espetou mais uma vez à cadeira, L'amore trasparente, de Ivano Fossati.

A acompanhar a banda sonora, tinhamos o "Zio", que acompanhava bem a melodia, com a marca de calças....

É mesmo a cereja no topo do bolo!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sábado no Centro Cultural Vila Flor


Imagem: Magda Domaciuk

Sábado, dia 7, a partir das 23.30, a música é no café concerto do Centro Cultural Vila Flor.

Pois é, aqui a menina nessa noite, vai estar a pôr música, para todos.

Diga-se que para mim é um dos meus maiores prazeres, assim lá estarei de auscultadores aos ouvidos a tentar animar a sala, mas principalmente animar-me a mim.

De Smiths, aos meus adorados Depeche Mode, dos Killers aos Muse, estes são os tópicos para uma boa sobremesa.

Apareçam!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Caos Calmo



Realização: Antonello Grimaldi. Elenco: Nanni Moretti, Valeria Golino, Isabella Ferrari, Alessandro Gassman, Hippolyte Girardot, Blu Yoshimi, Kasia Smutniak, Denis Podalydès, Charles Berling, Silvio Orlando. Nacionalidade: Itália / Reino Unido, 2008

Mais um filme Italiano,
mais um filme do meu adorado Nanni Moretti, que desde o seu "Querido Diário" colou-me às suas telas, à melodia, à voz, à lambreta, às cores....

Mais uma razão para ir ao Cineclube de Guimarães no próximo domingo, ansiosamente à espera, desta delicia.

“Io non sto fermo: io me muovo!” Nanni Moretti (Pietro)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

À Amizade


Imagem: ?

Deixa que a tua amizade goze
Da graciosa liberdade de um navio
No meio do mar.

Quando as ondas embaterem contra ti
E sentires o vento forte
A soprar nas velas, poderás navegar
Sem medo…

As estrelas guiar-te-ão de noite
E não faltarão companheiros
De viagem.

A amizade levar-te-á a praias distantes
Nunca antes sonhadas.


(poesia de Lisa)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Na mesinha de cabeceira



A minha amiga Marta ofereceu-me este livro no Natal, depois de uma conversa entre a viagem dela a Itália e da minha que ainda vai acontecer.
Só que devido ao meu tempo que anda de rastos e às turras entre o trabalho e um curso de eficiência energética, ainda só consegui andar a Comer por Itália . Nham, nham, mas com sabores especiais.

Ainda assim é uma leitura que se devora, onde o amar, o comer e orar se multiplicam noutros quantos prazeres.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Acorde


Imagem: Injin Park

Onde passou o vento
são altas as ervas,
e os olhos água
só de olhar para elas.

(Eugénio de Andrade - primeiros poemas), oferecido pela minha amiga do coração Rachel

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um poema


Imagem: Mortem Bjarnhof


Um poeta barroco disse:
as palavras são
as línguas dos olhos

Mas o que é um poema
senão
um telescópio do desejo
fixado pela língua?

O voo sinuoso das aves
as altas ondas do mar
a calmaria do vento:

Tudo
tudo cabe dentro das palavras
e o poeta que vê
chora lágrimas de tinta


(Ana Hatherly)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Eu!


Esta sou eu vista e desenhada pelos olhos da minha grande amiga Su.

Às vezes escreve-se, escreve-se e escreve-se e mostramos o que somos.
Mas realmente como sou? como me vejo? como me sinto?

É dificil escrever sobre mim, mas vou tentar.

Mimalha que me farto!

Derreto-me com um mimo, com um sorriso,
uma palavra doce, um toque inesperado, um encontro imprevisível.

Caminho na vida por cima das ondas,
mas gosto de mergulhar nelas e sentir
o sal,
o frio,
o molhado.

Adorava viver num farol com quadros na parede,
um gato a subir as escadas até ao topo,
um candeeiro que ilumina os corpos de dentro,
com o meu amor que não falta,
com imensos livros a forrarem as paredes,
com uma vitrine cheia de bolinhas de neve,
com fotografias das pessoas do meu coração,

com um jardim pequeno que desse para outros e esses para outros - podia ter uma estufa,
com uma mesa de salgados a cobrir a sala,
para quando as pessoas que adoro baterem à porta nos sentarmos à volta da lareira e conversarmos,
rirmos,
bebermos,
abraçarmo-nos e mesmo chorar se for preciso.

Adoro viver no limiar da aventura,
viajo em mim e nos países que já conheci,
trago recordações, casas que me envolvem o peito,
uma paisagem que pintou a tela do meu corpo,
um restaurante típico,
um fogo de artíficio que não se esquece,
uma conversa noutra língua que me transporta.

Os meus olhos brilham aos sorrisos,
a uma história que não conheço, a um documentário que me inspire, fico horas a conversar sobre um assunto que me entusiasme,
vivo dentro da música, dos meus CDS que comprei, os que me trouxeram e, outros que me deram,
recebo uma palavra escrita ou falada como o maior dos presentes,
- admito que um relógio também me inspira nos meus ponteiros.... e me faz badalar também.

Sou forte,
tendenciosa com os amigos, para mim são meus, e são os melhores do mundo,
às vezes sou teimosa....nem sempre, é mais quando fico picada,
sou simples e adoro a simplicidade das coisas,
não sei mentir, e quando o faço, a minha cara revela a verdade das palavras....
sei levar a luz do farol muitas vezes para onde quero.

Sou apaixonada pela vida, pelo amor, por tudo aquilo em que acredito, que sinta na pele e me faça arrepiar.
Não sei desenhar, mas gostava,
não sei cantar, mas adorava tocar um instrumento,
recortar muito menos,
recorto círculos que mais parecem quadrados, e quadrados que mais parecem triângulos,
sei rir,
sei viver,
sei dar e receber,
sei tudo aquilo que não sei, e não sei nadas muitas vezes,
sei ser eu no melhor e no pior.

Sei ser a criança que fui,
e recordo a minha infância com muita luz,
recordo as árvores de natal cheias de bolas
dos abraços dos meus pais, das corridas,
dos passeios.

Esta sou eu vista pelos olhos de dentro!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A noite desce


Imagem: Mitchell Miller

Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosas,
A noite desce... Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristíssimos fechassem!

Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que desce me enterrassem!

A noite em sombra e fumo se desfaz...
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!

E a noite vai descendo, muda e calma...
Meu doce Amor, tu beijas a minh'alma
Beijando nesta hora a minha boca!


(Florbela Espanca)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

João Aguardela 1969-2009



O meu grande amigo Ricardo Alexandre, grande amigo do João, relata assim, "Conheci o João Aguardela em 1987 através do João Nuno Coelho, sociólogo de futebol e um amigo comum. E na altura, o que nos uniu foi sermos fãs dos Xutos & Pontapés".

E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,

sem álamos,
sem luas.
Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.

(Eugénio de Andrade)

A música que não desaparece!

Conheci o João na sua casa perto da Atalaia onde vive o Ricardo, lembro-me era um tempo triste para mim, mas quando entrei naquela casa, lembro-me das crianças na piscina e eram muitas, de uma voz simpática lá de dentro que me inspirou de imediato quando comecei a passar as mãos pelos CDS da prateleira, e claro, começamos logo na conversa sobre grupos, música, e lembro-me dos Vive la Fête que era um grupo que nos agradava aos dois.

Lembro-me da casa, era girissima com uma ambiente que nos abraçava, muito acolhedor, muito alegre, e toda a gente falava de tudo, havia quem só andasse de bicicleta um amigo do João mais moreno, a mulher dele uma simpatia, senti-me muito bem naquela tarde, bebi, ri, dancei, saí de lá outra.

E lembro-me de estar sempre a dizer ao Ricardo, como é que um gajo que gostas destas músicas canta "Vamos ao circo".... sim.... questionava-me e ao mesmo tempo me encatava com a sua voz na fantástica letra "Só o sonho fica, só ele pode ficar!"

A pessoa, Ele, de facto fica na memória.

Este momento é para o meu irmão do coração Ricardo, que está de rastos mas que pela pessoa que é vai sentir o amigo sempre por dentro.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Já em 1766...



E assim é o Reino de Portugal!

Munch sem grito!



Imagem: Museu Munch Oslo Janeiro 09

Possui as obras de Edvard Munch deixadas à cidade de Oslo por testamento, o "Grito" não se encontra no museu, dado que alguém o levou para casa em 2004.

Vale a pena a visita desde esboços e quadros tocantes, está lá tudo.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Vai, vou, fui, era, sou, estou!




Imagens: Narelle Autio

Vai...

Para sonhar o que poucos ousaram sonhar.
Para realizar aquilo que já te disseram que não podia ser feito.
Para alcançar a estrela inalcançável.

Essa será a tua tarefa: alcançar essa estrela.
Sem quereres saber quão longe ela se encontra;
nem de quanta esperança necessitarás;
nem se poderás ser maior do que o teu medo.
Apenas nisso vale a pena gastares a tua vida.

Para carregar sobre os ombros o peso do mundo.
Para lutar pelo bem sem descanso e sem cansaço.
Para enxugar todas as lágrimas ou para lhes dar um sentido luminoso.
Levarás a tua juventude a lugares onde se pode morrer, porque precisam lá de ti.
Pisarás terrenos que muitos valentes não se atreveriam a pisar.
Partirás para longe, talvez sem saíres do mesmo lugar.

Para amar com pureza e castidade.
Para devolver à palavra "amigo" o seu sabor a vento e rocha.
Para ter muitos filhos nascidos também do teu corpo e - ou - muitos
mais nascidos apenas do teu coração.
Para dar de novo todo o valor às palavras dos homens.
Para descobrir os caminhos que há no ventre da noite.
Para vencer o medo.

Não medirás as tuas forças.
O anjo do bem te levará consigo, sem permitir que os teus pés se
magoem nas pedras.
Ele, que vigia o sono das crianças e coloca nos seus olhos uma luz
pura que apetece beijar, é também guerreiro forte.
Verás a tua mão tocar rochedos grandes e fazer brotar deles água verdadeira.
Olharás para tudo com espanto.
Saberás que, sendo tu nada, és capaz de uma flor no esterco e de um
archote no escuro.

Para sofrer aquilo que não sabias ser capaz de sofrer.
Para viver daquilo que mata.
Para saber as cores que existem por dentro do silêncio.
Continuarás quando os teus braços estiverem fatigados.
Olharás para as tuas cicatrizes sem tristeza.
Tu saberás que um homem pode seguir em frente apesar de tudo o que
dói, e que só assim é homem.

Para gritar, mesmo calado, os verdadeiros nomes de tudo.
Para tratar como lixo as bugigangas que outros acariciam.
Para mostrar que se pode viver de luar quando se vai por um caminho
que é principalmente de cor e espuma.
Levantarás do chão cada pedra das ruínas em que transformaram tudo isto.
Uma força que não é tua nos teus braços.
Beijá-las-ás e voltarás a pô-las nos seus lugares.

Para ir mais além.
Para passar cantando perto daqueles que viveram poucos anos e já envelheceram.
Para puxar por um braço, com carinho, esses que passam a tarde
sentados em frente de uma cerveja.
Dirás até ao último momento: "ainda não é suficiente".
Disposto a ir às portas do abismo salvar uma flor que resvalava.
Disposto a dar tudo pelo que parece ser nada.
Disposto a ter contigo dores que são semente de alegrias talvez longe.

Para tocar o intocável.
Para haver em ti um sorriso que a morte não te possa arrancar.
Para encontrar a luz de cuja existência sempre suspeitaste.
Para alcançar a estrela inalcançável.


(À minha grande amiga Cris que há alguns anos - Novembro de 2005, achou que eu precisava deste texto para ir, para alcançar o inalcançável, este post é para ela, toda, e para todos reflectirem sobre ele, está cá tudo)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A voar!


Imagem: Aeroporto de Oslo

Ser lançada no ar e não parar,
voar, voar até ao próximo lugar,
ir sempre e ser lançada no espaço onde as estrelas nos encaminham
e só um farol nos faz voltar ao mar.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O MEC é que sabe!


Imagem: Paul Robertso "Blame Your Green Eyes"

O Norte é mais Português que Portugal.

As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.
(...)
O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.

As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos.

Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança.
(...)

(excerto do texto do MEC - Norte)

Contra verdades não há argumentos, ai não há não!