quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Estação

Imagem: João Countinho em http://sitiodasaudade.blogspot.com

Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho

Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça

(Mário Cesariny)

As carruagens que passam e não passam que apitam e não fazem barulho, que se espera e desespera, e que .... não têm carris para caminhar....

19 comentários:

Anónimo disse...

excelente escolha.
adoro o Mário cesariny


obrigada,


***maat

7 disse...

As palavras de Mário Cesariny fazem-me voltar ao passado a viver os tempos de juventude, nos tempos em que apanhava o comboio para ir para a escola, assim como o apanhava também para ir para a praia com a Namorada...é verdade...agora é triste , não o tenho utilizado. Mas estas palavras deram-me o gostinho necessário para ir até à Estação. Beijos.

Anónimo disse...

Carruagens que apitam e não fazem barulho...

Não faltam ruidos silenciosos que poluem a sonoridade dos nossos caminhos...mas que, ao mesmo tempo, dão beleza ás (an)danças dos nossos seres :):):)

Bacci!

Anónimo disse...

quando não encontras carris para andar sobre as carruagens que te podem fazer aparecer, ou não aparecer, surpreender ou apenas chegar, caminha nas carruagens, mesmo paradas por falta de carris, porque vais descubrir que até as carruagens são longos caminhos onde podes aparecer e surpreender(-te). que não parem os pés nem o corpo em cima dele, porque veloz vai o espírito :-) sempre doido por aparecer e desaparecer nas curvas do tempo

SILÊNCIO CULPADO disse...

"Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci"
É esta espera constante, que vive em cada um de nós, que alimenta e consome, que dá vida ao mesmo tempo que a retira.

ContorNUS disse...

mem+orias des ou en carrilhadas...

excelente conjugação da imagem e palavras

lupuscanissignatus disse...

Aparecer. Desaparecer. Reaparecer. Este é o flutuante e enleante caminho férreo que nos fortalece e entontece. Locomotiva presa aos carris da miragem, do sonho.

AJO disse...

Bela escolha esta de Mário Cesariny... mas ninguém conhecendo como elas caminham e às vezes com destino marcado... às vezes... às vezes... não se sabe onde parou...
BJS

un dress disse...

às vezes as carruagens ganham asas...~~

mas podem demorar...podem...



beijO

Maria Viene disse...

às vezes...

«para quê o trilho, se não passa o trem?»

outras:

ainda bem que o trilho tá lá mesmo que não passe...
é que a qualquer momento pode passar;)

beijos, linda :)

ॐ Hanah ॐ disse...

Lindo poema ....



quem sabe volto aqui para posta-lo lá no sobretudo, se me permitires é claro...

beijos e obrigado

nana disse...

têm só força para continuar....

..




x

storytellers disse...

Muito bonito este poema do Cesariny. Não tenho publicado lá no blog nada dele, mas acho q vou começar a procurar.
Beijinhos, Kerubina

João Vasco disse...

Também a escrita de Cesariny é um comboio em que eu viajo sempre que procuro percorrer os trilhos da imensidão.
bj

rps disse...

Adoro comboios. Carruagens, estações, apeadeiros, linhas férreas...

Dalaila disse...

Olá Maat!

é sempre efémero..

beijo

Olá 7 pecados!

A mim também, aos tempos da faculdade onde ia no comboio que parava em todas as estações e apeadeiros, conhecia gente, e trilhava-me em novos rumos, sempre. beijinho, obrigada

Olá Just a friend!

Há silêncios que falam tanto...

Olá João!

Vou entrar no comboio, aparecer e desaparecer, na curva de um verso, ou de um trilho, vou tentar entrar na carruagem, mesmo com ela em movimento, porque as tuas palavras são sempre quentes amigo.

Olá Silêncio!

Os estarmos e não, as cordas bambas, são os alimentos da vida, a intranquilidade tranquila.

beijinho

Dalaila disse...

Olá Contornus!

desencarrilhaste-me nos carrilhos... beijinho...

Olá Lupussignatus!

Que essa locomotiva, tenha todo o vapor, para nos fazer aparecer realmente, lindas as tuas palavras.

beijinho.

Dalaila disse...

Olá Contornus!

desencarrilhaste-me nos carrilhos... beijinho...

Olá Lupussignatus!

Que essa locomotiva, tenha todo o vapor, para nos fazer aparecer realmente, lindas as tuas palavras.

beijinho.

Dalaila disse...

Olá Ajo!

Quantas vezes, tantas tantas, e se parou!!!!

Olá Un Dress!

As esperas.... na estação.

Olá Maria Viene!

Passa e não passa... passa e não apanho... apanho e não passa, vou trilhando... as esperas ....

beijo linda

Olá Hanah!

Força, as partilhas são mesmo assim...


Olá Nana!

e que força..... da locomotiva...

Olá Kerubina!

Mário Cesariny é incontornavel...

Olá João!

Os trilhos das curvas das palavras onde muitas vezes nos encontramos e esperamos...

bem vindo.

Olá RPS!

Adoramos.... desde míuda, faz parte do meu imaginário.