segunda-feira, 17 de março de 2008
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
(Carlos Drumnmond Andrade)
O amor é o farol que não se desliga,
que não para de iluminar,
que não precisa de baterias,
que só quer amar.
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8 comentários:
Olá, belo e forte poema sobre o amor.
Beijos
Amor é tudo...e é nada!
É andar devagarinho...e correr à desfilada.
É a alma que se desata e corre atrás.
Amor É, simplesmente!
Onda luminiscente...
Drummond sabia bem amar o amor!
O amor é o Amor, por vivermos em estado de comoção, abandona-se a auto-referência, para vivermos em e, nele. Amor cheira a mundo.
Por aqui passei e sinto apegar o coração. A poesia rememora-me o melhor do amor. Dormirei feliz.
Um abraço e meus cumprimentos.
...e matam...matam...
a cada instante.
... e esse brilha, imenso, qual farol de Alexandria ...
Olá Fernando, O Drummond diz os que os outros entem muitas vezes, mas com um capacidade muito própria.
Olá Alma Nova! é apenas existir
Assim é Drummond Lupus.
Olá Ana! amor é viver o mundo
Olá Sammia! dormir nos braços do amor de dentro
Olá Luis! matam e renasce, mata e renasce e às vezes cresce
Olá Quitarantino!
não há farol que atinja a luza do amor
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