Imagem: S. Sebastian fev 07
Na areia por onde passo,
Deixo pegadas,
Que se afogam,
Nas ondas da praia.
O vento, que se faz sentir
Agita, as nuvens carregadas
De água.
E estas iniciam o seu choro.
Nesta praia,
Onde venho chorar,
Vezes sem fim,
Passeio à beira-mar.
O vento açoita-me,
A chuva molha-me,
A tristeza assola-me,
E eu caminho,
Chapinhando,
Nas ondas que se desfazem
Na praia.
Só, sozinho
Nesta praia deserta
Num dia de Inverno
Perdido,
Num mês de Primavera
Liberto a minha imaginação...
E como na tela,
De um pintor.
Apenas as gaivotas
E o amor,
Não aparecem
Em desenhos, de cor.
Navego, ao sabor do vento
Numa folha de papel
Onde derramo pensamentos.
E neste triste quadro
Pinto mágoas
Em telas de desalento
(Vinicius de Moraes)
4 comentários:
Imagem e poema a pedir saudade!
Bela viagem! Inesquécivel.
beijo, linda
Poema em forma de tela, salpicado pelas cores e os odores da maresia...
Querida maria viene: ás vezes sinto que tenho saudades de ter saudades.
mas que foi fantástica, foi, foi...ficará na memória de quem a viveu.
:) bj enorme
olá lupussignatus, é uma tela que fala...
Gostei da tua forma de o ver...e como o sentiste.
:)
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